Repensando o jeito de fazer negócios de forma estrutural

Compreender cenários, e fazer as perguntas certas: se a indústria global da sustentabilidade tem feito praticamente a mesma coisa desde que acordou para o poder de alavancar marcas corporativas. Será que a nossa quase obsessão corre o risco de se tornar um desvio estratégico que poderia inviabilizar a agenda mais ampla de mudança do sistema? Se sim, como podemos equilibrar tudo isso e ter a clareza sobre o fato de que a direção é mais importante que a velocidade.

No entanto, o progresso “aparente” demonstrado nos lindos relatórios, pode nos trazer uma visão míope, intencionalmente, para a necessidade crescente de fazer perguntas mais profundas. Então, será que a nossa atual obsessão por negócios individuais corre o risco de ignorar a importância crítica da dinâmica do mercado à qual a maioria deles se limitam apenas para as suas realidades ou temas de curto prazo? E, paralelamente, ignorar o desafio iminente de redesenhar os mercados para garantir que estes incentivam as empresas a alinharem-se melhor com a procura por resultados sustentáveis? Será que temos maturidade, para aceitar e internalizar no plano estratégico o fato da nossa interdependência econômico-financeira dos recursos naturais.

Com os negócios sendo vistos como responsáveis por resolver as emergências climáticas e de biodiversidade, crises sociais, para além de um espectro crescente de outros desafios, estas questões são cada vez mais prementes. É verdade que alguns empresários, ansiosos por voltar ao modo como as coisas eram, o famoso “Business as usual”, recorrem ao caminho da resistência, anti-ESG, vislumbrando um lugar de conforto para a perigosa inação. O fato é que não existe mais este lugar, não é mais uma opção. 

A realidade é o que estamos vivendo, a partir das nossas escolhas, que nos trazem a insustentabilidade da maioria das economias modernas, que já não podem ser ignoradas. Aqui, é possível trazer a escala da crise sistêmica, reforçada pelo Relatório de Riscos Globais de 2024 do Fórum Económico Mundial. Ao assinalar os seus “10 principais riscos” para a próxima década, observou-se que cinco dos dez principais são agora desafios ambientais, incluindo fenômenos climáticos extremos e alterações críticas nos sistemas terrestres, inclusive com as consequências ainda desconhecidas sobre a perda da biodiversidade, desequilíbrio ecossistêmico.

Os outros cinco são exemplos do tipo de barreiras à mudança que os líderes de todos os setores e regiões enfrentam cada vez mais. Trata-se da polarização social, da desinformação, da insegurança cibernética e dos riscos crescentes associados à IA e à migração forçada. Claramente, temos um trabalho difícil nas próximas décadas.

O papel central das empresas, nas reestruturações econômicas bem-sucedidas, passará, necessariamente, pela prática dos aspectos ESG, que cada vez mais tem chamado a atenção de economistas, que já superaram os modelos tradicionais que ainda operam num paradigma predominantemente do século XX, e os seus meios de subsistência dependem do privilégio do lucro sobre as externalidades “não financeiras”. Sabemos que, existem poucas linhas retas na evolução da história humana, o importante é viver o processo, e que esse possa nos levar ao destino correto. 

O ESG em si está longe de ser apenas um conceito, e apesar de gerar conflitos com o peso das contradições, falta de transparência e dados confiáveis, esse é um começo que será continuamente provocativo, visto a complexidade e amplitude dos desafios.

Foco: Tornar-se cada vez mais equilibrado, com a capacidade de verdadeiramente conectar a sustentabilidade e a influência dos aspectos ESG no fundamento do negócio para uma mudança sistêmica, é também sobre ter coragem de reconsiderar (recalcular a rota) e, quando necessário, reiniciar. 

Reforçando: A direção é mais importante que a velocidade! Sustentabilidade é sobre consistência.

Onara Lima atua há 21 anos em Gestão Ambiental e Sustentabilidade, durante esse período, trabalhou em empresas como Gerdau, Suzano, Grupo Ambipar e CCR. Empreendedora/Founder da marca ESG Advisory OnaraLima. Conselheira no Capitalismo Consciente Brasil. Membro do CBPS – Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade, Comissão ESG da ABRASCA, Membro do Comitê de Sustentabilidade da Verda.Global.

Em suas palestras, Onara explora uma variedade de tópicos, desde a integração de práticas ESG até a construção de estratégias sustentáveis de longo prazo. Cada palestra é uma jornada educativa que visa não apenas informar, mas também inspirar mudanças positivas.

Se você quer levar a mensagem da responsabilidade ambiental e social para a sua empresa, entre em contato por aqui e solicite um orçamento.

 

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